A vivência em comunidade nas aldeias nortenhas, neste caso em Ruivães, já teve melhores dias. A modernidade veio pôr termo a hábitos ancestrais, e os jovens já nascem rodeados de meios tecnológicos que baniram as “conversas em família”. Se os anciões de agora evocam tempos passados, o que provocam nos netos é riso e indiferença, próprio do poder inventivo em que os velhinhos são férteis. Comigo não! Eu escutava as histórias do avô, e via seriedade em tudo que o ouvia contar, vibrando com os casos fantásticos que me deixavam sempre arrepiado. E hoje vou falar de feras, recordando o lobo, esse malvado que dizimava os rebanhos e provocava pavor à gentes da aldeia.
Mal o inverno pintava de branco a serra da Cabreira (e a do Gerês), os lobos desciam às aldeias em busca de comida. Apercebendo-se da presença do temível carnívoro, os homens organ ...
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